terça-feira, 26 de outubro de 2010

Estados Brasileiros que já visitei


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Ushuaia - Duas Rodas e Um Sonho


Após muito tempo, publiquei o meu livro este ano.
Ushuaia, Duas Rodas e Um Sonho é o resultado de um trabalho conjunto, escrito com amigos e irmãos motociclistas, que juntos, vivemos a aventura de atingir, por terra, o ultimo ponto da nossa América. O destino foi Terra Del Fuego, sul da Argentina, na Patagônia Argentina e Chilena.
O livro relata a empolgante viagem de moto realizada em 22 dias de viagem, vivendo todo tipo de aventura e desafios. Contamos em mais de 200 páginas e mais de 100 fotos coloridas, o relato fiel de toda a historia da nossa viagem contanto tudo o que aconteceu. E foram muitas aventuras e imprevistos !
Ushuaia - Duas Rodas e Um Sonho, um sonho de publicar um livro, que virou realidade neste ano de 2010.
Foram impressos 650 exemplares, que após todos vendidos, sua renda revertida para um projeto social, em uma pequena cidade no interior do Mato Grosso do Sul.




Paises que já Visitei ao redor do Mundo

Países que já visitei ao redor do mundo....


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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Desfile pela Rua XV no Natal Alles Blau Blumenau 2008




PHD´s & Amigos de todo o Brasil.Sentimo-nos na obrigação de relatar a vocês o sentimento de ontem no desfile dos PHD´s na rua XV aqui em Blumenau, afinal, cada um de vocês que nos ajudaram, estiveram desfilando conosco. Espero que com puocas palavras abaixo, consigamos transmitir, por pouco que seja, a emoçao sentida ontem por bravos 35 PHD´s: É muito difícil descrever o que todos nós estamos sentimos aqui em Blumenau neste final de ano.Há pouco menos de 2 meses atras, a cidade estava lindíssima, comércio, igrejas, pessoas, enfim, tudo sendo preparado para a festa máxima, comemorada todo final de ano.De repente, em 24 horas, tudo muda.Caos total, sujeita, encostas vindo abaixo, ruas fechadas, mansões e casebres caindo pelos morros, pessoas desalojadas, familias inteiras expulsas de seus lares.Poucas pessoas na rua naquela manhã, inundação, lama, mal cheiro.Como num filme de ação, vc olha e não acredita na cena que vê, e está tudo ali, bem na frente de seus olhos.Passados algumas horas ou alguns dias, começam a chegar as notícias que ninguém quer ouvir sim, são as notícias de mortes.O que fazer?Num misto de vontade, solidariedade, emoção, o Brasil se levanta!.Começam campanhas a nivel nacional de ajuda as vitimas.Não se sabe quem, nem onde começou, muito menos como, mas a velocidade com que tudo foi montado, arrumado, despachado e entregue aos flagelados é algo que, também como num filme de ação, você olha e não acredita.Reconstrução, Vamos nos reerguer, Força, Fé, Coragem, Determinação, são as palavras mais ouvidas nas ruas, praças, bares, cafés, lojas, empresas, famílias, corações. Ninguém arreda pé.Começa então o movimento enorme para liberar e trazer recursos financeiros necessários. Neste ponto, burocracia, demora, espera, promessas, visitas, discursos.... a coisa está andando, devagar, ainda não chegou nada, mas vai chegar.Natal Alles Blau Blumenau, também não se sabe quem, nem como, tudo começou.Objetivo: daqui a 10 anos, ser a maior festa de Natal do Brasil !!!A idéia era virar a página da tragédia, e abrir a página da reconstrução e da esperança.Novamente, um monte de gente envolvida, cada um organizando a sua parte.Mais de 60 grupos organzados, e tudo começa a tomar forma como num enorme quebra cabeças.PHD na parada, Chico correndo para fazer roupas de papai noel, motos sendo enfeitadas, empresas convocando seus funcinários para o desfile na Rua XV, sim haverá um GRAAAAANNNNNDEEE desfile.Participar ou não? Não seria uma demonstração de ostentação desfilar com nossas motos na rua XV neste momento?Será que todos iriam entender o propósito? Com capacete ou sem capacete? O desfile seria para mudar o astral do cidadão comum, caberia ao PHD, agradecer ao Brasil pela ajuda.Não haveria missão mais nobre a ser executada, e a chamada foi geral, e a resposta ao chamado foi geral.E não há nada melhor do que uma bandeira a tremular para demonstrar gratidão.Bandeiras afixadas, motos alinhadas, papais e mamães noeis devidamente paramentados. Tudo pronto.Primeiro carro a entrar na rua XV arrastava uma arvore, que foi retirada de dentro do rio e era o simbolo da destruição,com se ali, sozinha sendo arrastada, estivessem amarrados todos os sonhos, todas as vidas, todo o esforço de gerações que a lama levou embora.Choro geral na avenida.Depois, vieram as equipes da reconstrução: CELESC, Prefeitura, Defesa Civil, Bombeiros, Médicos, Hospitais, Exercito, Policia Civil, Policia Militar, enfim, a turma que pegou pesado e trabalhou inenterruptamente para desobstruir as veias da cidade, algumas ainda entupidas.Depois, como num passe de mágia, PHD´s com suas motos entram na rua. Musicas de naral, faróis acesos, ronco forte do motor, como representando a batida forte dos corações das pessoas ali postadas.Aplausos, alegria, choros, crianças, balas sendo jogadas, vovós, cadeirantes, humildes, ricos, todos em pé, aplaudindo a passagem do comboio com suas bandeiras tremulando. Á frente, uma bandeira do nosso Brasil e a frase que diz tudo o que o Blumenauense quer dizer neste momento: OBRIGADO BRASIL !!!!Se alguém tem dúvida de que a emoçao tomou conta de todos nós, não a tenha mais, pois tomou mesmo.Se alguém achava que seria ostentação, esqueça, pois não foi.Não entramos na avenida para mostrar nossas motos, muito menos o valor delas.Entramos na avenida para APLAUDIR aquele povo alí postado, entramos em RESPEITO a este povo, que com suas mãos, vão iniciar a reconstruir a cidade.Meu amigo PHD de todo o Brasil, você que fez muito ou pouco, não importa neste momento, tenha a absoluta certeza de que você estava lá representado, seu estado estava lá representado.E, repetindo a frase escrita na Bandeira que caminhava á nossa frente, queremos dizer do fundo do nosso coração: OBRIGADO BRASIL !!!PHD S.Pires

quarta-feira, 16 de julho de 2008

PÃO COM OVO E MANJAR BRANCO COM CANELA



É incrível como o cheiro e o gosto de coisas que comemos e bebemos nos remetem ao passado de forma instantânea e naquele momento, nos vem á cabeça cenas inesquecíveis que vivemos e sentimos em épocas passadas, muitas delas ocorrida há muitos e muitos anos atrás.
Toda vez que como Pão com Ovo Frito, aliás, tem coisa mais gostosa do que Pão com Ovo Frito ? , me vêm á mente recordações de minha infância e de quando cursava meu 2o. ano primário, na Escola Municipal do Bairro Guatapendava, lá pelos idos de 1967.
A escola era humilde, construída de taipa, coberta por telhas coloniais que de tão velhas, tinham a cor escura, o chão, coberto por tijolos crus.
Sentávamos de 2 em 2 e como eram gostosas aqueles bancos escolares, onde na nossa frente, tinha uma ranhura na mesa, onde púnhamos os lápis. No centro da mesa, tinha espaço para o tinteiro, que já não era mais usado naquela época.
O material que não usávamos na hora, era guardado debaixo da mesa, que se abria para a frente, como um baú.
Ficava na Fazenda dos Francischinelli, logo depois do sítio dos Morelli.
Íamos a pé todas as manhãs junto com outros colegas, que eram filhos dos colonos que moravam no sítio do meu avô e trabalham com meu pai.
Como era gostosa aquela época !
De manhã, minha mãe preparava pelo menos 2 vezes por semana, Pão com Ovo Frito, que era o meu lanche preferido.
Me lembro que o pão era do tipo Italiano, e era comprado todo sábado na cidade e guardado durante a semana toda, embrulhado em um guardanapo branco de pano, pois assim ele não endurecia tanto.
O Ovo, era frito com aquela casquinha escura na borda da clara, ficando a gema ligeiramente mole.
O sal era jogado em toda sua superfície, enfatizando seu sabor.
Ela cortava 2 fatias de pão, não muito grossa e no meio, colocava o ovo frito.
Quando misturado com o miolo do pão já não tão mole, soltava aquele aroma inesquecível e maravilhoso, coisa simples, coisa gostosa.
O recreio era aguardado com ansiedade por todos nós, e ao abrir a pequena bolsa de pano que usava como mochila, vinha aquele cheiro gostoso do lanche, preparado com carinho todos os dias pela minha mãe.
Comíamos rápido para poder brincar depois e me lembro muito bem que alguns não tinham condições de levar lanche para a escola e eu dividia o meu pão com eles, embora meio a contragosto.
Mas não era sempre que isto ocorria, pois a professora que se chamava Estela, e morava vizinha á escola, preparava a merenda escolar todos os dias, que era distribuída a todos nós.
Nunca vou me esquecer também dos dias em que minha mãe preparava Manjar Branco de Leite, coberto com Canela me Pó.
Ela o fazia com maizena e bastante açúcar, e colocava em uma xícara grande branca. Por cima, cobria aquele manjar delicioso com canela em pó.
Na hora de comer, a parte de cima tinha formado aquela casquinha endurecida, deliciosa, que ficava mais gostosa ainda com o gosto da canela.
Á medida em que ia comendo o manjar, ele ia ficando mais e mais cremoso até chegar ao fundo da xícara, que era raspada até o fim.
Depois de comermos o lanche, as meninas, que não eram muitas, se aglomeravam á beira da pequena clareira existente no terreno nú, onde os meninos jogavam “fubeca”, em um jogo que chamávamos de “biro”.
Era muito simples, 3 buracos em linha reta, 1 buraco a 90 graus.
O jogador tinha de ir acertando os “buracos” com a fubeca, fazendo o percurso de ida e volta.
Se errasse, o outro tomava a vez de onde parou, e assim por diante.
Quem terminasse primeiro, ganhava o direito de “fubecar” seus adversários, que nada mais era do que segurar a fubeca entre o indicador e o polegar, mirar a fubeca do outro e, sem piedade, soltar com a máxima força possível, buscando acertá-la. Ao acertar, ganhava a fubeca do adversário.
Se errasse, esperava a vez do outro jogar, e assim por diante.
No jogo, era permitido trocar as fubecas nas diversas fases, e o ganhador, ou seja, aquele que “fubecou” o outro, também tinha direito de escolher no saco de fubecas do perdedor, qual delas ele iria pegar.
Até hoje me lembro do barulho que as fubecas faziam, soltas naquele saquinho de pano que minha mãe costurou para mim guardar as minhas.
Tinha dias em que a brincadeira girava no pega-pega, que era disputado entre todos os alunos de todas as séries, já que a escola era pequena e na mesma sala, tinham estudantes da 1a. 2a. e 3a. séries juntos.
Terminada a brincadeira, me lembro que todos retornavam á sala suados, vermelhos e fedidos. Mas quem ligava para isso naquela época?
A classe era uma única sala e a professora Estela se revezava nas 3 lousas penduradas na parede da frente, e ia dando aulas para todos juntos.
Passava a lição para a 3a. série e enquanto isso, pedia para os alunos da 2a. e 1a. séries fazerem os exercícios da Cartilha que se chamava “Caminho Suave” e tinha na frente, uma meninha com um cachorro e alguns livros na mão.
Eu me lembro um dia, em que estava vendo a professora Estela passar a lição para a 3a série e eu, ainda estava na 2a, e fiquei só olhando.
Era uma lição de tabuada, e era a tabuada dos 9.
Pensei: Meu Deus do céu, como deve ser difícil esta 3a série ! E aquilo me causava espanto e ao mesmo tempo medo.
Ao falar com os alunos da 3a. série no recreio, eles que se sentiam os melhores da escola, também não era para menos, pois com aqueles exercícios de multiplicação com 2 números embaixo, me metiam mais medo ainda, ao afirmarem que era muito, mas muito difícil aquelas contas todas.
Ficava imaginando o quanto teria de estudar para fazer aquelas contas de matemática.
O tempo passou, a escola com certeza não mais existe, mas uma coisa eu nunca vou esquecer:
- Toda vez que eu como Pão com Ovo Frito ou então Manjar Branco com Canela, imediatamente sou transportado para aquela pequena escola, feita de taipa e de chão em tijolo cru e não tinha forro no teto, onde vivi momentos inesquecíveis de minha infância e onde aprendi a tabuada dos 9.
Acho que de todos os poderes que o ser humano tem, este de poder voltar ao passado ao sentir o cheiro ou gosto de alguma coisa, é um dos mais maravilhosos que existem.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

OS 100 ANOS DA MIGRAÇÃO JAPONESA AO BRASIL




Agora em Junho, comemora-se 100 anos desde a chegada do KASATU MARU, primeiro navio japonês que atracou no porto de Santos SP, trazendo as primeiras famílias japonesas para o Brasil.
Difícil imaginar o que passaria pela cabeça de cada um dos passageiros do Kasatu Maru, durante os intermináveis 52 dias de viagem entre o longíncuo Japão e o Novo Brasil.
Atraídos pela promessa de ganho fácil nas lavouras de café, onde anos antes imperava a escravatura, esses heróis japoneses deixaram tudo para trás. Sua pátria, família, tradições para se aventurarem em uma terra completamente desconhecida.
Na chegada ás fazendas de café, logo viram que foram enganados e que a promessa de riqueza seria a primeira decepção que encontraram na terra prometida.
Me lembro muito bem, lá pelos idos de 1970, quando aquele casal de japoneses arrendou as terras vizinhas ao sítio de meu pai.
Era um lindo casal, ele se chamava Mamoru Takaki e ela Kimico Takaki.
Recén casados e com uma disposição em vencer na vida que nunca tinha visto antes.
O sítio era um pedaço de terra abandonado e que nunca produzira nada e que antes, era habitado por um ancião que se chamava Batista.
Tinha um casebre feito de taipa e nada mais.
Ele não falava uma palavra em Português, ela já falava até que bem, o problema é que não falava muito.
Tinham uma amizade e um respeito por meu pai que era algo maravilhoso de se ver.
Os 2 ficavam ás vezes horas e horas trocando pouquíssimas palavras um com outro, mas nunca faltou respeito entre os dois.
De vez em quando, eu ia visitá-los e já dava para perceber que eles tinham uma tecnologia mais avançada do que em nossa.
Um exemplo que me lembro, foi que, embora a casa deles fosse toda de madeira, ele desenvolveu uma rede distribuição de gás que ia desde a cozinha até os quartos e com isso, ele tinha luz em todos os ambientes ao mesmo tempo, coisa que lá em casa não tínhamos, pois meu pai tinha só um lampião á gás que era levado de um cômodo a outro durante a noite, não permitindo luz em todos os cômodos.
Este detalhe me marcou muito e me lembro muito bem disso, além das técnicas de cultivo que eram compartilhadas com meu pai e vice versa.
Eram grandes amigos, tinham um respeito mutuo.
Quando o Mamoru contou que iriam iniciar o trabalho no sítio com uma plantação de rosas, todos os vizinhos acharam que ele era louco. Afinal, naquelas terras, plantar rosas?
Bem os meses se passaram, e de sol a sol, de domingo a domingo, eles trabalhavam.
A qualquer hora do dia que você fosse na casa deles, eles estavam trabalhando a terra e foram transformando aquele pedaço de chão em algo novo, devagarzinho as roseiras foram crescendo, brotando e aos poucos, maravilhosos botões de rosas de todas as cores eram cortados, embalados e encaixotados para serem vendidos no mercado municipal e até enviados a S.Paulo no CEASA.
Logo depois, arrendaram mais terras e iniciaram a plantação de tomates.
Foi nesta plantação que eu tive meu primeiro e verdadeiro emprego.
Eu deveria ter uns 8 anos e eles precisavam de gente para montar as caixas de madeira que iriam ser usadas para embalar os tomates colhidos.
Fui e me lembro muito bem quando ao final da semana, recebi meu primeiro salário da vida, fruto de muitas marteladas (algumas no dedão), que dei montando caixas de madeira para tomates.
Eles cresceram, adquiriram terras, depois adquiriram lotes na cidade de Itu, construíram uma bela casa, vieram os filhos que foram estudar em boas universidades.
Ele então, de tempos em tempos, voltava ao Japão para visitar os parentes e sempre voltava com histórias e alguma lembrança para o meu pai.
Não sei onde andam, não sei o destino deles, mas o que ficou em minha lembrança foi a vontade, a honestidade e a amizade que eles tinham para conosco.
Chegaram com uma mão na frente e outra atrás, trabalharam e construíram uma vida, fruto do suor e o trabalho de suas mãos.
Por isso eu admiro o povo japonês. São determinados e tem um relacionamento fechado no início, mas quando fazem amizades, o fazem por toda a vida.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O olhar feminino de uma viagem a Porto Murtinho



Olha só a história que a Chú escreveu depois da viagem a Porto Murtinho.... grande historia que merece ir para este Bloog.


Iniciamos nossa viajem quarta feira rumo a Porto Murtinho.Não imaginaria o quão divertida e emocionante essa viagem seria.
Marcamos a saída do posto ESSO na rua Marthin Luther, lá estavam nós todos prontos e ansiosos afinal seriam 1.800 km até nosso destino.
Saímos em 7 motos. Eu e meu querido Sergio, Geana e seu querido Alfredo, Marcos, Beber, o Chefe Chico e o amigo Bogo.
Roncaram-se as motos e lá fomos nós todos guarnecidos com nossas roupas próprias para o frio.
Ao longo do caminho uniram-se a nós os PRF, Reickzigel e Deiton.
A tarde prometia. Logo no início percebi que seria uma mudinha, pois meu comunicador tão esperado por meu querido não funcionara, eu só escutava, mas me impediria a comunicação com meus amigos ao longo do caminho, mas não me impediria de ser uma testemunha ocular de uma história encantadora.
Pelos caminhos pude observar o quão interessante é viajar com homens meninos e meninos homens.
Vou explicar. Todos tinham rádio comunicador, parece simples, mas para eles não.O rádio tornou-se um aliado a mais.Com ele romperam-se à distância e o caminho ficou eletrizante, rico de histórias e comédias.
Notei o fascínio que o mesmo exercia sobre os queridos. Os queridos no primeiro momento da viagem ainda estavam tomados pelo stress, pois todos saímos direto do trabalho para a viagem com exceção de alguns.Pois bem essa mistura de stress e ansiedade os acompanhou digamos lá pelos 200 km, sei lá. O importante foi o momento que cada um foi se soltando, parece que se entregando ao ronco de suas motos e assim as piadas foram saindo uma a uma.Os causos e as prosas foram se tornando cada vez mais estapafúrdios, mas singelamente hilariantes.
A paisagem foi ao longo do caminho mudando de cenário como se estivéssemos olhando cenas de um filme. Cada quadro, como se, pintado à mão. O cheiro do mato. O vento batendo em nossos rostos, o frescor da manhã. Que delícia!!!!
Um cenário delicioso, que somente em cima de uma moto se pode sentir.
- Hei!!!! Pessoal!!! Alguém aí, Chinoca, uhuh!!!
- Fala Chinocão
- Cadê você??? Está dormindo???
- Não. Aqui quem vos fala é o locutor da rádio PHD, com o patrocínio “Blusa seu revendedor WOLKSWAGEM para Blumenau e região”.
Ao longo do caminho foram contando a “estória” do nome NIOAQUE. Deus do céu, cada um com sua teoria sobre o porque do nome.E lá vieram mais besteiras.
- Nioaque porque os índios da localidade não conseguiam dizer NEW YORK. Dizia o Joaquim.
- Não! NIOAQUE originou de um nome indígena sei lá – dizia outro
- NIOAQUE porque Nio é de Mio e oaque é de conhaque.
E a definião do nome de Aquidauana!!!
Gente, o Joaquim disse que o nome Aquidauna surgiu porque lá viviam muitos gaúchos, que gostavam de dar o ..... bem, vcs já sabem o que né? E aí ficou Aquidaoanus, Dá pra acreditar?
E assim a viagem seguia. Não pensem que não falavam nada sério até falavam tipo
Olha o buraco
- Cachorro!!! Cachorro!!!
- O peru é meu e ninguém tem nada com o meu peru – Alfredo
- Não fique bravo estamos somente explicando que peru em espanhol tem outro significado divergente do Brasil -.Retrucava Chico
- Então... Finalizou Beber é isso mesmo que eu queria dizer o peru cada um que cuide do seu peru ahahah..... E a risada rolou solta.
Assim seguimos nosso caminho entre os deliciosos comes e bebes de todos os amigos que nos recepcionavam com muito carinho.
Entramos no Estado de Mato Grosso e nosso comboio aumentou consideravelmente, de lá de trás via o sol acompanhando nosso caminho sendo capricho em seus raios, de modo que o calor aumentava na medida que reduzíamos a velocidade das motos.
Caprichosamente um casal de araras azuis cortou a comitiva, como que nos cumprimentando pela chegada ao Estado do MS.
O entardecer no pantanal é supremo o sol caprichosamente foi delineando seus raios por entre as árvores e nos presenteando com imagens magníficas.
Já anoitecia quando chegamos a Porto Murtinho. Não acreditei no que estava vendo.
- Chú! O que é isso?? uma bandinha??? Para nós??
- Não acredito!!!!!
Eu não acreditava nem tampouco os demais que comigo estavam.Adolescentes se desdobrando para nos mostrar o seu melhor.
Fiquei deslumbrada. Havia brilho nos olhos das crianças, que entusiasticamente observavam os maiores como que os idolatrando.
Havia uma representante feminina no grupo de meninos guarda mirim.Não me agüentei e fui ter com ela.
- Há quanto tempo está nesse grupo?? Perguntei
- Há 4 anos respondeu ela, com o peito inflamado e em postura de sentinela, sei lá como se diz.
Tudo o mais que vi e senti a partir daí mudou de alguma forma algo dentro de mim e com certeza dos demais.
Um povo pobre, no fim do mundo, mas que ama sua terra e o lugar onde vivem.
Querem um exemplo o rapaz que apresentou o Touro bandido (turma verde) ele não só declamava, mas falava com o coração e ao fim de sua participação ele beija o chão.
Outro talvez na Chalana quando queria aprender a dança típica, minha mestra era uma enfermeira que foi estudar em São Paulo e retornou a sua terra natal.
- Motivo??? – perguntei
- Eu amo essa terra disse ela dançando graciosamente.
Pois bem gente.Vi muito e aprendi muito mais ainda.
Se pensam que acabei.Pasmem! Quando do nosso retorno, que delícia ouvir ao longo da estrada a frase.
- Deixem o Mário passar com a moto “Golden” do Lelê. Vamos cuidar desse garoto para que retorne bem- exclamou o Chico.
Dizem que para cada ação tem-se uma reação na mesma proporção. Essa frase eu pude comprovar nitidamente, na parada em um posto qualquer para abastecimento.
Carinho e dedicação concedido, retribuição espontânea e de coração. O César carinhosamente pegou um paninho e começou a passar cuidadosamente nas bolhas das motos, dizendo.
- A noite está chegando.Precisamos estar com as bolhas das motos limpas, pois todo o cuidado é pouco.
Gente!!! Quando e onde se vê atos assim. Pouquíssimos podem ter certeza.
Entendi então o significado de viajar de moto.Aumenta-se o circulo de amigos, quebram-se as barreiras das classes e os homens tornam-se tão somente homens desprovidos de cargos, status. Forma-se então uma grande confraria.
Eu, continuava mudinha e o Sergio, quando falava, gerava uma interferência geral em todas as outras motos. Solução: inventaram um TRADUTOR.
Isso mesmo, o pessoal fazia perguntas ao Sergio, que respondia por gestos de mão, que eram traduzidas pelo Bogo, que vinha atrás da nossa moto.
Ei pessoal, lá vem a maquina de costura, afinal esta moto do Sergio parece uma maquina de costura. E ai Sergio, tem cerveja neste teu freezer.
- Ele fez um “zerinho” com os dedos, traduzia o Bogo.
- Ah, isso quer dizer OK, ele concorda, dizia outro.
- Não sei não Bogo dizia, eu acho que este zero quer dizer outra coisa.....
- Ei, agora ele fez um gesto com o dedo apontado para cima, mas só um dedo o resto da mão está fechada !!!
- Ele está apontando para o céu azul.
- Não é não, Bogo dizia, eu conheço este sinal.....ele está mandando a gente pra aquele lugar.
Beber, que tal tomarmos este vinho que vc comprou hoje á noite? Eu até comprei lingüiça para acompanhar?
- Bem, veja, se for do interesse de todos, é claro que eu concordaria em tomarmos este maravilhoso vinho, afinal, somos todos amigos, Beber dizia.
- Este vinho vai azedar tomando todo este sol Beber, vamos tomar ele logo antes que estrague!!
Pois bem pessoal, fui uma testemunha ocular, tão somente, de uma viajem fascinante onde em minha bagagem fiz questão de rechear com momentos que ficarão guardados em minha mente e em meu coração.
- A propósito......
- Alguém cuide do buraco atrás do Beber, vai entrar um caminhão......
- Ih, entrou um caminhão atrás do Beber.
- Quem deixou entrar um caminhão atrás do Beber?
- Risos......................................

Beijos e obrigada
A mudinha, que não é mudinha.
Chu 12/06/2008